Para quê Psicologia da Educação?
- Wellington Zusman.
- 1 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

Infelizmente, muitos são os alunos de Licenciatura que negligenciam a validade deste campo do conhecimento que se mostra fundamental para o bom desenvolvimento das futuras atividades que realizarão em campo, quando forem professores. Seja na sala de aula, laboratórios, museus, áreas livres, em instituições tradicionais ou em instituições mais alternativas a compreensão das funções psicológicas dos seres humanos é vital para os bons resultados do ensino.
Uma das características da Psicologia da Educação é de ser uma disciplina que versa sobre as funções psicológicas dos indivíduos e a relação que essas funções cria no processo de aprendizagem. Por isso, cabe fazer a seguinte pergunta; qual é a importância do estudo da Psicologia da Educação para desenvolvimento da inteligência e do conhecimento dos educandos? Ou melhor ainda, Para que os futuros professores devem estudar isso?
Imagine um pintor. Agora, imagine o mesmo pintor pincelando sobre a tela uma belíssima imagem simbolizando Ícaro seduzido pelo Sol. Bom, para que o pintor alcance seu objetivo deverá conhecer muito bem os instrumentos dos quais dispõe e precisa. Mas não só isso. Deverá ainda conhecer as técnicas de composição das cores, os tipos de tintas que podem ser utilizadas, o tipo de tecido esticado na tela, a própria técnica de pintura, e por aí vai. Conhecendo todos os artifícios que lhe instrumentalizam, o pintor poderá executar sua arte com grande destreza.
Do mesmo modo, o professor que é conhecedor da Psicologia da Educação, da Didática, da Sociologia da Educação, instrumentaliza-se para um maior aproveitamento de sua prática diária. Pois não basta ao educador conhecer todo o conteúdo de sua especialidade, este precisa ser munido de conhecimentos psicológicos práticos para dar maior completude à sua função.
Veja bem, este artigo, de modo algum, está dizendo que não existe a necessidade do educador conhecer o conteúdo do campo do conhecimento ao qual pertence. Ma verdade, é dever do educador conhecer de modo claro e coerente o que se transmite aos seus educandos. Pois, contrariando o verdadeiro objetivo do processo ensino-aprendizagem, este educador só será capaz de transmitir informações que não farão sentido nem para o educando, e que menos ainda farão sentido para ele, transmissor do conhecimento. Que neste caso, deixa de contribuir para o sofisticamento da cognição dos indivíduos para se transformar em um mero informador.
De maneira sucinta, pode-se entender a Psicologia da Educação como uma "disciplina ponte". Ou seja, ela estabelece um elo com trocas mútuas entre a psicologia e a educação.
A Educação, vista como um campo do conhecimento dotado de cientificidade própria ou ligada à outros campos do conhecimento, não pode ser vista como uma área estritamente prática, embora a prática seja de importância inquestionável. No entanto, não é licito basear-se apenas em conhecimentos práticos desprovidos de conhecimentos teóricos. Pois, de certa forma, não é saudável para o educando ter um educador que se joga na sala de aula como se fosse um salva-vidas que não sabe nadar entre naufrago deixado para trás pelo seu Navio. Neste caso, ou o educador morrerá afogado, ou deixará morrer afogados seus educandos, ou ainda, ambos afogam-se.
Como nos diz Carmen Servilla Gonçalves dos Santos em Fundamentos da Psicologia da Educação podemos dizer que a Psicologia da Educação deve estudar os processos educativos com um triplo objetivo:
1. colaborar para o desenvolvimento de teorias que expliquem o processo educativo;
2. "elaborar modelos e programas de intervenção";
3. possibilitar uma prática educativa que condiz com as propostas contidas nas formulações teóricas.
Deste modo, pode-se observar que a Psicologia da Educação é uma vertente ao mesmo tempo teórica e prática. Não sendo uma área inteiramente subordinada ao campo da Psicologia como tal, mas desenvolvendo-se também autonomamente baseada nas análises psicológicas das práticas educativas.
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