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NÃO DÁ PARA APRENDER SE NÃO ENTENDER.

  • Wellington Zusman
  • 20 de set. de 2015
  • 4 min de leitura

Livros, áudio-livros, vídeo-aulas, documentários, e-books, blogs, sites, etc. Hoje, podemos afirmar que dispomos de um grande número de suportes veiculadores de informação. No entanto, é notável que o texto escrito ainda prepondera como nosso instrumento básico para a aquisição de conhecimento. As palavras, símbolos que quando unidos dotam-se de significados que representam o mundo real em tipografia, muito das vezes gera dor de cabeça em algumas pessoas que dominam a leitura e a escrita de uma maneira precária.


imagem da internete


Ainda hoje, no século XXI, podemos dizer, que embora a educação tenha avançado cada vez mais para atender a maioria da população brasileira, e o número de "alfabetizados" possam até ter ultrapassado o de "analfabetos", está educação não tem instrumentalizado efetivamente as pessoas a ponto de uma maioria delas dominar a leitura e a escrita de maneira eficaz.

Para saber mais sobre os índices de alfabetização acesse: http://7a12.ibge.gov.br/vamos-conhecer-o-brasil/nosso-povo/educacao.html

Ainda são muitos aqueles que se encontram na categoria dos analfabetos funcionais. São muitos os que conseguem compreender palavras isoladas e até frases e parágrafos inteiros, mas que não conseguem criar um elo lógico significativo entre elas, e decifrar a mensagem do texto.

A realidade é que, na maioria das vezes, os textos e livros são apresentados aos educandos de uma forma tão desinteressante que o educador não consegue criar estímulos com estes materiais. E esta prática acaba entrando num circulo vicioso que se torna num impeditivo do bom desenvolvimento da aprendizagem dos indivíduos. É claro que devemos observar também certos distúrbios e deficiências que podem influenciar no processo de aprendizagem dos alunos; como a Dislexia, problemas visuais, psicológicos, sociais, familiares, etc. E estes serão temas para um próximo artigo.


Torna-se vilã do processo de ensino-aprendizagem uma suposta correria para dar conta do conteúdo, e isso acaba por fazer o aluno não dar conta de nada, pois os textos, livros e a própria aula em si são dados tão mecanicamente que não capacita os indivíduos para assimilarem e acomodarem em suas estruturas lógicas (em termos piagetianos) os conteúdos propostos. Deste modo, os alunos são induzidos a receber os conteúdos e armazená-los em uma memória de curto prazo, o que significa que não aprenderam e não geraram conhecimento com o que lhes foi proposto.

Como neste artigo, o objeto principal a ser analisado é o Texto Escrito, e , interpretando este como um instrumento mediador de informações com potencial para se tornarem conhecimento, pode-se dizer que, aquele indivíduo que lê um determinado texto básico e não o compreende, não está efetivamente instrumentalizado pela alfabetização. Pois o texto lido, embora tipográfico, embora símbolos, desenhos, quando unidos devem gerar não apenas uma reprodução vocal (ou seja, aqueles que podem ler em voz alta mesmo sem entender o que leem) mas principalmente uma compreensão subjetiva da mensagem do texto. Ou seja, o texto tem que fazer sentido.

Não há possibilidade do texto servir como instrumento didático se antes os indivíduos que dele se utilizam não estiver capacitados para tal.


Então tudo está perdido? Não há o que fazer?


Trazendo este artigo para um campo mais da Didático, pode-se concluir ainda que existem níveis de aprendizagem que serão determinados pelas Idades dos indivíduos (como Jean Piaget já nos mostrou) mas também pelos aparatos culturais com os quais os indivíduos tivera contato (como vemos na teoria de Vygotsky sobre a educação). O meio social-cultural, além da fase biológica dos indivíduos, ou seja, de suas idades, é fundamental para a formação dos mesmos e o professor deve estar atento à isso na hora de elaborar o material e o conteúdo que serão os alvos de sua aula. Por isso, é importante que o educador estude antes de mais nada os seus próprios alunos para que estes possam se desenvolver melhor.

Neste caso, os textos ( não só os textos, mas qualquer outro material didático), deve ser muito bem selecionados para que não sejam banais ao ponto de serem indiferentes para a aprendizagem, ou que não extrapolem as capacidades atuais do aluno de modo tão incoerente a ponto de desestimulá-lo e até "traumatizá-lo" com a matéria ministrada ou com o próprio hábito de leitura. Pois neste caso, utilizando-se novamente de Piaget, para que haja uma aprendizagem significativa o aluno deve entrar em contato com um objeto de conhecimento moderadamente discrepante. Ou seja, o que lhe é aprezentado deve ser moderadamente mais avançado do que as auas estruturas lógicas atuais.


"Não se pode por 1 litro d'água num copo de 250 ml. Assim como não se pode por 250 ml numa garrafa de 1 litro e dizer que esta está cheia".


Pode-se notar, que as dificuldades referentes ao hábito de leitura e principalmente à sua compreensão podem estar partindo da própria sala de aula, quando este fantástico instrumente (o texto escrito) é erroneamente empregado pelo professor. Infelizmente ainda são muitos os professores que utilizam a leitura e a escrita como um modo de penalizar o aluno, ou de agilizar o seu trabalho, quando na verdade deveria estar sendo direcionado para o próprio desenvolvimento cognitivo dos indivíduos. No entanto, é claro que também existem aqueles professores que, preocupados com os bons resultados de seus alunos, dedicam-se a desenvolvê-los e não a entupi-los de informações desnecessárias que não ficarão em seus cérebros a tempo de tocar o sinal da saída, que marca o término das aulas.




 
 
 

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