O PRIMEIRO DOCUMENTO ESCRITO DA HISTÓRIA DO BRASIL.
- Wellington Zusman. ( categoria: texto didático).
- 19 de set. de 2015
- 2 min de leitura

Há quem diga que a Carta de Pero Vaz de Caminha é a "Certidão de Nascimento do Brasil". No entanto, enveredar-se por esta ideia pode ser um equivoco, pois ela pode evocar a noção de que só houve História no território que hoje chamamos de Brasil com a chegada dos portugueses. Sabe-se muito bem que esta visão não é mais aceita entre os historiadores, pois, hoje, respeita-se o fato dos nativos terem produzido sua própria história antes mesmo da chegada dos portugueses.
Agora, já que este tópico foi esclarecido, pode-se prosseguir sobre o assunto. Sim, os historiadores consideram a carta de Pero Vaz de Caminha, ou como também é conhecida, "Carta a el-Rei Don Manoel sobre o achamento do Brasil", o primeiro documento escrito da História brasileira e o primeiro texto literário do Brasil.
A carta foi escrita em forma de diário pelo escrivão de Pedro Alvares Cabral, Pero Vaz de Caminha, e é composta por uma narrativa pessoal dos europeus sobre o que chamavam de Novo Mundo. Ali esta registrada as primeiras impressões sobre as terras "descobertas". Vaz de Caminha escrevia essas cartas Para Don Manoel, também conhecido como "O Venturoso" ou "O Bem Aventurado" para lhe informar sobre as repercussões da descoberta das novas terras
Havia uma grande preocupação de Caminha em descrever os hábitos, os gestos , a fisionomia dos nativos. Procurando relatar como se deu a "descoberta" do lugar e como as pessoas ali se comportavam. Esta gama de detalhes que Caminha registra tonifica seu valor histórico. Mas é claro que deve-se analisar que as impressões estão impregnadas de uma visão européia da descrição do Novo Mundo.
Este documenta encontra-se arquivado na Torre do Tombo, em Lisboa, Portugal.
O primeiro texto escrito no Brasil foi feito em porto seguro, em 1º de maio de 1500. Este texto foi enviado à Lisboa por Gaspar de Lemos, que era o comandante do navio de mantimentos da frota. A carta manteve-se inédita por quase dois séculos, conservada no já mencionado Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Curiosamente, só foi descoberto em 1773 por José Seabra da Silva. Ela foi publicada pela primeira vez no Brasil pelo Padre Manuel Aires de Casal em sua obra "Corografia Brasílica" de 1817. O Padre, além de padre, era também geógrafo e historiador.

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